Essa obra apresenta o desenvolvimento emocional e intelectual de Anthony Beavis, cujos privilégios, os quais ele mesmo reconhece, permitiram-lhe que dedicasse a vida ao pensamento e aos prazeres mundanos. Mas esse egoísmo hedonista de que gozava transforma-se em pacifismo e empatia depois do contato com Miller, médico e antropólogo que Anthony conheceu no México, da mesma forma como foram impactantes em sua transformação as tragédias e os remorsos com que teve de lidar durante a vida. Construído de maneira não cronológica, o romance intercala cenas de diversas fases da vida de Beavis a trechos de seu diário, em que ficam registradas as mudanças de suas concepções filosóficas e políticas. A forma fragmentada, descontínua, escolhida pelo autor deixa ainda mais claro o peso que o passado tem sobre o presente. Essa estrutura também evidencia as discrepâncias entre o idealizado e o vivido, entre o escrito e o experimentado.
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